Foto: Lago Paranoá, braço ao lado da Estação de Tratamento de Esgotos Brasília Norte.
Macrófitas aquáticas são plantas, no literal, "grandes", porque podem ser vistas a olho nu, diferentemente, da maioria das algas. Colonizam desde ambientes de transição entre ambientes terrestres e aquáticos(zona litônanea) a ambientes estritamente aquáticos. Apresentam diversas formas e sua classificação mais usual,quanto ao modo de vida, compreende os tipos submersos, flutuantes e emersos. Sua proporção, conforme dados da EPA,Estados Unidos, sua proporção aparece conforme a figura 1.
Fonte:http://fl.biology.usgs.gov/Region_5_Report/html/aquatic_macrophytes.html
São muito estudadas em regiões onde causam prejuízos às atividades humanas, como barragens de captação de água para tratamento e distribuição pública.A distribuição mundial dos taxa conhecidos aparece na figura 2.
Fonte:http://fl.biology.usgs.gov/Region_5_Report/html/aquatic_macrophytes.html
Ecologia
As macrófitas aquáticas desempenham um papel vital nos ecossistemas saudáveis. Eles servem como produtores primários de oxigênio, fornecem substrato para algas e abrigo para muitos invertebrados, ajuda na ciclagem de nutrientes para e de sedimentos, e ajuda a estabilizar margens de rios e lagos.
A filtragem biológica com uso de plantas é um método cada vez mais popular de tratamento de esgoto, algumas plantas aquáticas estão sendo usadas para remover nutrientes e reduzir as concentrações de fósforo e nitrogênio de esgoto bruto ou das instalações de tratamento de efluentes de esgoto. As plantas aquáticas também são capazes de absorver outras substâncias, incluindo poluentes, tais como fenóis.
Mecanismos de dispersão
Vários mecanismos de dispersão são explorados por macrófitas aquáticas. Propágulos (sementes) são transportados em correntes de água a jusante e a taxa de dispersão é determinada pelo tamanho e peso dos propágulos. Inundações podem transportar propágulos de massas de água adjacentes. As sementes pequenas podem ser levadas pelo vento. As sementes são geralmente consumidas por aves e outros animais que as levam nos seus aparelhos digestivos ou anexados às penas e peles. Os seres humanos têm causado um grande impacto por meio de introdução intencional ou acidental de plantas inteiras ou seus propágulos em países estrangeiros. Mas, o transporte normalmente ocorre através da água, sedimentos, plantas, animais de peles ou lã.
Ocorrências no Distrito Federal, Brasil.
O Distrito Federal é uma região com vários cursos d'água de pequeno porte, inserido no bioma Cerrado, sua fitofisionomia e seus recursos hídricos têm sido exaustivamente estudados. No entanto, observa-se carencia no conhecimento da ocorrência, distribuição e ecologia de macrófitas.
Existem apenas duas pequenas publicações sobre macrófitas da região, Fonseca et all, in: Olhares sobre o Lago Paranoá e Ribeiro, E. M. & Sousa, J. M. R.,Ocorrência de Mayacaceae em Reservatório de Captação de Água na Reserva Biológica do Contagem, Brasilia/DF.
Nesses dois trabalhos são apontadas ocorrência de quatro gêneros de macrófitas:
Eichornia;
Spirodela;
Fonte: http://www.alpine-plants-jp.com/himitunohanazono/ukikusa_himitu_1.htm
Pistia, e
Mayaca.
Os três primeiros gêneros citados são encontrados no Laga Paranoá. O gênero Mayaca já foi encontrado na represa do Córrego Contagem, em Sobradinho, na Lagoa Bonita, em Planaltina e em área alagada próxima ao Joquéi Clube, Park Way, em águas rasas e com alta transparência.
Ainda há um longo caminho a ser percorrido no conhecimento e descrição das macrófitas aquáticas, bem como de toda biodiversidade do Distrito Federal, especialmente pela necessidade de medidas para conservação de ecossistemas e suas formas de vida. Muitos esforços precisam ser empreendidos a fim de obtermos informações sobre as espécies, suas interações e serviços ambientais.
Vejo esta experência como curiosidade e vontade de construir o conhecimento, valorizando as peculiaridades locais, apontado a pesquisa como fundamento científico que favorece a formação de atitudes em prol da conservação da biodiversidade.
Com grande carinho pelas águas do Cerrado,
Ercília Ramos Ribeiro Moreno