quarta-feira, 16 de março de 2011
OS INTERESSES DO NOSSO PAÍS OU O PERECIMENTO GLOBAL
"Disse Jesus nos evangelhos:"Se não vos converterdes, todos vós perecereis". Quis dizer: "Se não mudardes de modo de ver e de agir, todos vós perecereis". Nunca estas palavras me pareceram tão verdadeiras como quando assisti a Crônica de Copenhague, um documentário da TV francesa e passada num canal fechado no Brasil e, suponho, no mundo inteiro. Na COP-15 em Copenhague em dezembro último, se reuniram os representantes das 192 nações para decidir a redução das taxas de gases de efeito estufa, produtores do aquecimento global.
Todos foram para lá com a vontade de fazer alguma coisa. Mas as negociações depois de uma semana de debates acirradíssimos chegaram a um ponto morto e nada se decidiu. Quais as causas deste impasse que provocou decepção e raiva no mundo inteiro?
Creio que antes de mais nada não havia suficiente consciência coletiva das ameaças que pesam sobre o sistema-Terra e sobre o destino da vida. É como se os negociadores fossem informados de que um tal de Titanic estaria afundando sem se dar conta de que se tratava do navio sobre o qual estavam, a Terra.
Em segundo lugar, o foco não estava claro: impedir que o termômetro da Terra suba para mais de dois graus Celsius, porque então conheceremos a tribulação da desolação climática. Para evitar tal tragédia, urge reduzir a emissão de gases de efeito estufa com estratégias de adaptação, mitigação, concessão de tecnologias aos países mais vulneráveis e financiamentos vultosos para alavancar tais medidas. A preocupação agora não é garantir a continuidade do status quo mas dar centralidade ao sistema Terra, à vida em geral e à vida humana em particular.
Em terceiro lugar, faltou a visão coletiva. Muitos negociadores disseram claramente: estamos aqui para representar os interesses de nosso país. Errado. O que está em jogo são os interesses coletivos e planetários e não de cada pais. isso de defender os interesses do país é próprio dos negociadores da Organização Mundial do Comércio, que se regem pela concorrência e não pela cooperação. Predominando a mentalidade de negócios funciona a seguinte lógica, denunciada por muitos bem intencionados, em Copenhague: não há confiança pois todos desconfiam de todos; todos jogam na defensiva; não colocam as cartas sobre a mesa por temerem a crítica e a rejeição; todos se reservam o direito de decidir só no último momento como num jogo de pôquer. Os grandes jogadores se omitiram: a China observava, os EUA calavam, a União Européia ficou isolada e os africanos, as grandes vítimas, sequer foram tomados em consideração. O Brasil no fim mostrou coragem com as palavras denunciatórias do Presidente Lula.
Por último, o fracasso de Copenhague - bem o disse Lord Stern lá presente - se deveu à falta de vontade de vivermos juntos e de pensarmos coletivamente. Ora, tais coisas são heresias para espírito capitalista afundado em seu individualismo. Este não está nada interessado em viver juntos, pois a sociedade para ele não passa de um conjunto de indivíduos, disputando furiosamente a maior fatia do bolo chamado Terra.
Jesus tinha razão: se não nos convertermos, vale dizer, se não mudarmos este tipo de pensamento e de prática, na linha da cooperação universal jamais chegaremos a um consenso salvador. E assim iremos ao encontro dos dois graus Celsius de aquecimento com as suas dramáticas consequências.
A valente negociadora francesa Laurence Tubiana no balanço final disse resignadamente:"os peixes grandes sempre comem os menores e os cínicos sempre ganham a partida, pois essa é a lógica da história". Esse derrotismo não podemos aceitar. O ser humano é resiliente, isto é, pode aprender de seu erros e, na urgência, pode mudar. Fico com o paciente chefe dos negociadores Michael Cutajar que no final de um fracasso disse: "amanhã faremos melhor".
Desta vez a única alternativa salvadora é pensarmos juntos, agirmos juntos, sonharmos juntos e cultivarmos a esperança juntos, confiando que a solidariedade ainda será o que foi no passado: a força secreta de nossa melhor humanidade."
Leonardo Boff é autor de Convivência, Tolerância e Respeito, Editora Vozes (2007).
quarta-feira, 9 de março de 2011
CORREDORES ECOLÓGICOS DO CERRADO
A savana brasileira, localmente conhecida como Cerrado, tem sido caracterizada como um dos ecossistemas mais ameaçados do mundo em termos de biodiversidade, com grande parte da área original convertida em atividades como a pastagem e a agricultura. Diante deste passivo ambiental, a criação de corredores ecológicos tem-se mostrado como uma das alternativas para preservar este ecossistema, bem como para promoção do conhecimento de seu imenso valor ecológico. A sua rica biodiversidade, muitas vezes endêmica, é favorecida pela presença de três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Paraná-Paraguai, Araguaia-Tocantins e São Francisco), além de uma grande diversidade de solos e geologia. O corredor ecológico é um instrumento de ordenamento da paisagem validado pelo Sistema Nacional de UC – SNUC, que vem sendo utilizado pelo ICMBio para identificar possíveis áreas prioritárias para cumprir o importante papel de manter a conexão ecológica entre as unidades de conservação, evitando o isolamento destas áreas protegidas em meio a uma paisagem degradada pela ação humana. Tal instrumento é um importante aliado a preservação da biodiversidade, ligado aos conceitos de desenvolvimento econômico e sócio-ambiental. Tais áreas interagem com a movimentação e dispersão de vida selvagem e de fluxo gênico, sustentando a conectividade entre habitats do referido ecossistema. Além disso potencializam a cooperação entre variados níveis de governo e diferentes segmentos da sociedade civil (ex. IBAMA, SEMMAs, ONGs, etc.). A seguir são elencados os principais corredores planejados para o bioma Cerrado. CERRADO-PANTANAL Será o elo de ligação entre ambientes do cerrado e do Pantanal, nos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com 800 km de extensão. Deverá conectar áreas isoladas de mata a partir do Parque Nacional das Emas, no sudoeste de Goiás, até a região do Pantanal, e irá interligar ambientes protegidos e reservas de propriedade particular. O objetivo é garantir de fluxo de espécies nessas regiões e evitar o colapso da fauna e da flora provocado pela ocupação humana do Centro-Oeste. Estão envolvidos no projeto 25 pesquisadores brasileiros, dirigidos pela Conservation International, que recebeu investimento de US$ 2 milhões para os primeiros cinco anos. Reinaldo Lourival, diretor regional da Conservation International no Pantanal, disse que a conexão entre os diferentes ecossistemas deve permitir que espécies animais e vegetais troquem genes e mantenham seus ciclos biológicos, garantindo, assim, sua sobrevivência a longo prazo. Espécies migratórias e de grande porte serão as mais beneficiadas. É o caso de um grupo de onças-pintadas, monitorado pelo pesquisador Leandro Silveira, do Projeto Pró-Carnívoros, nas duas pontas do corredor: no Parque Nacional das Emas e na Fazenda Rio Negro, na região pantaneira. 'A onça-pintada é bastante dependente do corredor, pois essa espécie é muito sensível a ambientes alterados', diz Silveira. Segundo Mônica Harris, coordenadora do projeto no Pantanal, quando animais de uma mesma espécie ficam acuados num território pequeno demais, num dado ambiente, o impedimento do fluxo de indivíduos diminui a diversidade genética do grupo. Para evitar a reprodução dentro de um grupo isolado, pesquisadores detectaram regiões prioritárias para a conservação, escolhidas em função da existência de espécies endêmicas (que só existem numa dada região), da biodiversidade e dos problemas referentes à redução de área. Sem a possibilidade de trocar genes, a espécie está excluída da capacidade de adaptação às mudanças ambientais e está, portanto, fadada ao desastre biológico Alguns animais já estão sendo monitorados ao longo do corredor por métodos como o acompanhamento por rádio, a marcação de indivíduos e o inventário de espécies, entre outros. ARAGUAIA-BANANAL |
A planície do Bananal é uma das maiores áreas de sedimentação fluvial do Continente, semelhante ao Pantanal Matogrossense. Os impactos induzidos pela ação antrópica, principalmente pelo desmatamento para expansão da fronteira agropecuária no Cerrado, têm produzido processos acelerados de erosão na parte alta da bacia, cujas conseqüências de médio e longo prazos para o sistema principal são ainda desconhecidas, podendo-se verificar, no curto prazo, a degradação da qualidade de suas águas por contaminantes de diversos tipos. Erosão e assoreamento são dois impactos ambientais que vêm sendo constatados na bacia do rio Araguaia, mas só existem dados significativos para a parte alta da bacia.
Vários aspectos fazem-na uma área de particular interesse para a s pesquisas de recursos hídricos e diversidade florística e faunística de ambientes aquáticos. Ela é a quarta em tamanho na América do Sul.
Vários aspectos fazem-na uma área de particular interesse para a s pesquisas de recursos hídricos e diversidade florística e faunística de ambientes aquáticos. Ela é a quarta em tamanho na América do Sul.
A fim de garantir um efetivo Corredor Ecológico, propõe-se uma área com limite norte na APA estadual do Cantão; um extremo sul em Aruanã, o limite leste ao longo da margem direita do Araguaia-Javaés, e como extremo oeste o escarpamento da Serra do Roncador. Portanto, o Corredor se estenderia ao longo da bacia do Bananal, a qual compreende a Ilha do mesmo nome e o Pantanal do rio das Mortes, a planície aluvial do Araguaia e pequenas áreas periféricas .
PARANÃ-PIRENEUS
Refere-se a um limite geográfico que engloba parte dos estados de Tocantins, Goiás e Distrito Federal, com uma área aproximada de 10 milhões de hectares. Produto de uma cooperação internacional entre o Brasil (Ministério do Meio Ambiente/IBAMA) e o Japão (JICA - Agência de Cooperação Internacional do Japão), o Corredor Ecológico Paranã-Pireneus, certamente é uma das últimas áreas naturais com viabilidade ecológica no bioma Cerrado.
O corredor deverá interligar cinco unidades de conservação, das quais três federais (Parque Nacional (Parna) Nascentes do Rio Parnaíba, Estação Ecológica (Esec) Serra Geral do Tocantins, Área de Proteção Ambiental (APA) Serra da Tabatinga) e duas estaduais (Parque Estadual do Jalapão e APA do Jalapão).
Fragmentos de bioma interconectados pelo Corredor Paranã-Pireneus
Situado na porção nordeste do Estado de Goiás, com uma área aproximada de 66.000 km2. Dentre os resultados principais, apenas 17 municípios no corredor ecológico, de um total de 34, apresentam mais de 50% de remanescentes de Cerrado. No período de 2001 a 2006, os municípios de Cavalcante e Formosa foram os que mais apresentaram alertas de desmatamentos na área de estudo. Em dissonância com o ainda razoável percentual de Cerrado no corredor, esta área apresenta o menor índice de desenvolvimento humano (0,68) quando comparado com as médias estadual (0,73) e nacional (0,74).
Além de interligar as unidades de conservação, o corredor deverá também proteger as espécies animais e vegetais do cerrado e fomentar alternativas sustentáveis de desenvolvimento nas comunidades, fazendo frente à expansão do agronegócio de monocultura nesse bioma.
Num primeiro momento, o projeto vai promover estudos que vão definir os pontos mais relevantes de conexão ecológica entre essas unidades. A partir desses estudos, o Instituto Chico Mendes e as instituições parceiras vão propor o reconhecimento de um corredor ecológico e, com ele, pretende refrear o avanço agressivo da agricultura intensiva e da pecuária extensiva, bem como estabelecer um ordenamento territorial na região e garantir a preservação dos ecossistemas além dos limites das unidades.CORREDORES ECOLOGICOS NO VALE DO SÃO
PATRICIO/GOIÁS
PATRICIO/GOIÁS
A parceria com os dois órgãos terá início pela elaboração de um mapa da Bacia do Rio das Almas, que terá indicações sobre a melhor maneira de estabelecer corredores ecológicos na região. A partir desse estudo, os proprietários rurais serão contactados para regularizarem as áreas de preservação permanente e reserva legal de suas glebas, contando inclusive
com orientação técnica do Ibama e da Semarh. A recuperação das matas permitirá a formação dos corredores ecológicos.
Um mapa da Bacia do Rio das Almas, no vale do São Patricio, com indicações sobre a melhor maneira de estabelecer corredores ecológicos na região será feito em parceria pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente - Ibama, e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
Fontes de Consulta:
Fontes de Consulta:
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=1486
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO DISTRITO FEDERAL
Foto: Lago Paranoá, braço ao lado da Estação de Tratamento de Esgotos Brasília Norte.
Macrófitas aquáticas são plantas, no literal, "grandes", porque podem ser vistas a olho nu, diferentemente, da maioria das algas. Colonizam desde ambientes de transição entre ambientes terrestres e aquáticos(zona litônanea) a ambientes estritamente aquáticos. Apresentam diversas formas e sua classificação mais usual,quanto ao modo de vida, compreende os tipos submersos, flutuantes e emersos. Sua proporção, conforme dados da EPA,Estados Unidos, sua proporção aparece conforme a figura 1.
Fonte:http://fl.biology.usgs.gov/Region_5_Report/html/aquatic_macrophytes.html
São muito estudadas em regiões onde causam prejuízos às atividades humanas, como barragens de captação de água para tratamento e distribuição pública.A distribuição mundial dos taxa conhecidos aparece na figura 2.
Fonte:http://fl.biology.usgs.gov/Region_5_Report/html/aquatic_macrophytes.html
Ecologia
As macrófitas aquáticas desempenham um papel vital nos ecossistemas saudáveis. Eles servem como produtores primários de oxigênio, fornecem substrato para algas e abrigo para muitos invertebrados, ajuda na ciclagem de nutrientes para e de sedimentos, e ajuda a estabilizar margens de rios e lagos.
A filtragem biológica com uso de plantas é um método cada vez mais popular de tratamento de esgoto, algumas plantas aquáticas estão sendo usadas para remover nutrientes e reduzir as concentrações de fósforo e nitrogênio de esgoto bruto ou das instalações de tratamento de efluentes de esgoto. As plantas aquáticas também são capazes de absorver outras substâncias, incluindo poluentes, tais como fenóis.
Mecanismos de dispersão
Vários mecanismos de dispersão são explorados por macrófitas aquáticas. Propágulos (sementes) são transportados em correntes de água a jusante e a taxa de dispersão é determinada pelo tamanho e peso dos propágulos. Inundações podem transportar propágulos de massas de água adjacentes. As sementes pequenas podem ser levadas pelo vento. As sementes são geralmente consumidas por aves e outros animais que as levam nos seus aparelhos digestivos ou anexados às penas e peles. Os seres humanos têm causado um grande impacto por meio de introdução intencional ou acidental de plantas inteiras ou seus propágulos em países estrangeiros. Mas, o transporte normalmente ocorre através da água, sedimentos, plantas, animais de peles ou lã.
Ocorrências no Distrito Federal, Brasil.
O Distrito Federal é uma região com vários cursos d'água de pequeno porte, inserido no bioma Cerrado, sua fitofisionomia e seus recursos hídricos têm sido exaustivamente estudados. No entanto, observa-se carencia no conhecimento da ocorrência, distribuição e ecologia de macrófitas.
Existem apenas duas pequenas publicações sobre macrófitas da região, Fonseca et all, in: Olhares sobre o Lago Paranoá e Ribeiro, E. M. & Sousa, J. M. R.,Ocorrência de Mayacaceae em Reservatório de Captação de Água na Reserva Biológica do Contagem, Brasilia/DF.
Nesses dois trabalhos são apontadas ocorrência de quatro gêneros de macrófitas:
Eichornia;
Spirodela;
Fonte: http://www.alpine-plants-jp.com/himitunohanazono/ukikusa_himitu_1.htm
Pistia, e
Mayaca.
Os três primeiros gêneros citados são encontrados no Laga Paranoá. O gênero Mayaca já foi encontrado na represa do Córrego Contagem, em Sobradinho, na Lagoa Bonita, em Planaltina e em área alagada próxima ao Joquéi Clube, Park Way, em águas rasas e com alta transparência.
Ainda há um longo caminho a ser percorrido no conhecimento e descrição das macrófitas aquáticas, bem como de toda biodiversidade do Distrito Federal, especialmente pela necessidade de medidas para conservação de ecossistemas e suas formas de vida. Muitos esforços precisam ser empreendidos a fim de obtermos informações sobre as espécies, suas interações e serviços ambientais.
Vejo esta experência como curiosidade e vontade de construir o conhecimento, valorizando as peculiaridades locais, apontado a pesquisa como fundamento científico que favorece a formação de atitudes em prol da conservação da biodiversidade.
Com grande carinho pelas águas do Cerrado,
Ercília Ramos Ribeiro Moreno
Macrófitas aquáticas são plantas, no literal, "grandes", porque podem ser vistas a olho nu, diferentemente, da maioria das algas. Colonizam desde ambientes de transição entre ambientes terrestres e aquáticos(zona litônanea) a ambientes estritamente aquáticos. Apresentam diversas formas e sua classificação mais usual,quanto ao modo de vida, compreende os tipos submersos, flutuantes e emersos. Sua proporção, conforme dados da EPA,Estados Unidos, sua proporção aparece conforme a figura 1.
Fonte:http://fl.biology.usgs.gov/Region_5_Report/html/aquatic_macrophytes.html
São muito estudadas em regiões onde causam prejuízos às atividades humanas, como barragens de captação de água para tratamento e distribuição pública.A distribuição mundial dos taxa conhecidos aparece na figura 2.
Fonte:http://fl.biology.usgs.gov/Region_5_Report/html/aquatic_macrophytes.html
Ecologia
As macrófitas aquáticas desempenham um papel vital nos ecossistemas saudáveis. Eles servem como produtores primários de oxigênio, fornecem substrato para algas e abrigo para muitos invertebrados, ajuda na ciclagem de nutrientes para e de sedimentos, e ajuda a estabilizar margens de rios e lagos.
A filtragem biológica com uso de plantas é um método cada vez mais popular de tratamento de esgoto, algumas plantas aquáticas estão sendo usadas para remover nutrientes e reduzir as concentrações de fósforo e nitrogênio de esgoto bruto ou das instalações de tratamento de efluentes de esgoto. As plantas aquáticas também são capazes de absorver outras substâncias, incluindo poluentes, tais como fenóis.
Mecanismos de dispersão
Vários mecanismos de dispersão são explorados por macrófitas aquáticas. Propágulos (sementes) são transportados em correntes de água a jusante e a taxa de dispersão é determinada pelo tamanho e peso dos propágulos. Inundações podem transportar propágulos de massas de água adjacentes. As sementes pequenas podem ser levadas pelo vento. As sementes são geralmente consumidas por aves e outros animais que as levam nos seus aparelhos digestivos ou anexados às penas e peles. Os seres humanos têm causado um grande impacto por meio de introdução intencional ou acidental de plantas inteiras ou seus propágulos em países estrangeiros. Mas, o transporte normalmente ocorre através da água, sedimentos, plantas, animais de peles ou lã.
Ocorrências no Distrito Federal, Brasil.
O Distrito Federal é uma região com vários cursos d'água de pequeno porte, inserido no bioma Cerrado, sua fitofisionomia e seus recursos hídricos têm sido exaustivamente estudados. No entanto, observa-se carencia no conhecimento da ocorrência, distribuição e ecologia de macrófitas.
Existem apenas duas pequenas publicações sobre macrófitas da região, Fonseca et all, in: Olhares sobre o Lago Paranoá e Ribeiro, E. M. & Sousa, J. M. R.,Ocorrência de Mayacaceae em Reservatório de Captação de Água na Reserva Biológica do Contagem, Brasilia/DF.
Nesses dois trabalhos são apontadas ocorrência de quatro gêneros de macrófitas:
Eichornia;
Spirodela;
Fonte: http://www.alpine-plants-jp.com/himitunohanazono/ukikusa_himitu_1.htm
Pistia, e
Mayaca.
Os três primeiros gêneros citados são encontrados no Laga Paranoá. O gênero Mayaca já foi encontrado na represa do Córrego Contagem, em Sobradinho, na Lagoa Bonita, em Planaltina e em área alagada próxima ao Joquéi Clube, Park Way, em águas rasas e com alta transparência.
Ainda há um longo caminho a ser percorrido no conhecimento e descrição das macrófitas aquáticas, bem como de toda biodiversidade do Distrito Federal, especialmente pela necessidade de medidas para conservação de ecossistemas e suas formas de vida. Muitos esforços precisam ser empreendidos a fim de obtermos informações sobre as espécies, suas interações e serviços ambientais.
Vejo esta experência como curiosidade e vontade de construir o conhecimento, valorizando as peculiaridades locais, apontado a pesquisa como fundamento científico que favorece a formação de atitudes em prol da conservação da biodiversidade.
Com grande carinho pelas águas do Cerrado,
Ercília Ramos Ribeiro Moreno
Desenvolvimento Sustentável, Biodiversidade
aguapé,
Contagem,
Distrito Federal,
Lago Paranoá,
Macrófitas
Assinar:
Postagens (Atom)